quarta-feira, novembro 28, 2007

O QUE QUER DE MIM


Sorriso marcado por uma profunda cova que enfatiza a alegria que não sinto.
Olhar marcado por densas sobrancelhas que exaltam a rigidez que também não tenho.
Máscara involuntária esta que sempre usei. Contradições. Que sou feita delas em toda a minha essência.
Em tudo o que faço ou digo. Coerente e fiel a mim mesma e aos meus sentimentos em cada segundo que vivo - que tudo em mim é vivo!
Que [não tudo mas] muito de mim se encontra em constante mutação.
Mas não os olhos. Não as mãos. Que esses não mentem.
Encontrasse eu quem os soubera ler. Quem os soubera compreender.
Quisera eu ser diferente. Quisera eu ser outro alguém. Inconstante: fujo de tudo e todos. De sentimentos. Prisões. De doces e breves ilusões - vejo em tudo jogos de poder.
Fujo sem saber para onde.
Fujo sem saber por quê.
Fujo de mim também.
E no entanto a essa não posso eu fugir... [Um dia hei-de encontrar forma de me libertar desse medo de me dar.] Tão só medo da dependência de alguém amar.
Sabe o Amor que venho procurando?
Você sabe que é o Amor.
Penso que ando agora mais próxima de reconhecê-lo.
Que o confundi antes com a necessidade de me ver preenchida por algo que me faltasse.
Que procurei no exterior a mim mesma algo que iludisse a sensação de vazio que sentia.
Façamos um navio de nós. Por isso não é o amor pelo outro, mas o amor pelo navio, e o amor pela viagem, e o amor pelo além-mar, que nele possa existir relacionamentos q se consagram e por ele, a dois, se elevam.

Ainda estou a procura ...