
SEXTA, me deu uma vontade praticamente indomável de sair de casa, será?
Decidi, vou... antes tomar um banho de chuveirinho, porra, banho de chuveirinho é uma penitência que ninguém merece, esses banhos onde os braços precisam ficar dando o rumo das águas, mas é o que temos, é o que temos, a não ser que eu tome um banho de chuva, mas aí não, aí não tem cosméticos, aí não tem companhia, eu tomaria um banho de chuva se tivesse alguém aqui comigo pra dividir a chuva. eu lembro da última chuva: faz anos, nem foi chuva, foram umas gotinhas de merda, deu um texto bonito e um amor que já foi pro ralo.
Vou pro banho e pra rua. Me voy a serestar, ser/estar, esta achei ser uma grande sacada... hehehe
Passei rímel lápis aquelas coisas (mesmo sem saber aonde ir). Apaguei as luzes, fui até a porta, e quase desisti de tudo, mas mesmo assim eu resolvi, voltei pro quarto, ascendi a luz e voltei pra cama. Seja o que Deus quiser.
Fazia tanto tempo que eu não ficava assim compulsiva na frente do computador. Faz bem. Faz mal. Outras coisas fazem mais mal. Outras coisas me fariam melhor. Melhor mesmo seria arrumar essa zona que meu cérebro sempre insiste em me deixar e ir dormir. Mas não. Adoraria que aqui dentro calasse também. Vou tentar. Travesseiros, um miojo, água e tristeza. não, tristeza não; o conhecimento do inferno. pronto. vou tentar. a chuva se agrava e eu também. não vou dar adeus aos que ficam porque sei que já não tinha ninguém.
SABADO... Que dia. Que dia. Começou cedo e errado. Aí foi dando cada vez mais errado. Eu so dormia, dormia, dormia...Não parava. Havia uma perspectiva, lá no final, de redenção. Eu já estava desconfiada; quando as coisas dão errado demais e existe uma perspectiva de final feliz, aiaiai, isso aí não vai dar certo. É claro que não deu, e agora eu estou aqui sentada tomando cerveja com absolutamente todos os planos cancelados, a casa bagunçada, o chuveiro estragado (ainda teve isso) e pensando que quando se trata da vida mesmo, nunca sobra ninguém além dos gatos e dos amigos que estão longe demais para qualquer afago.
É, que saudade de quando era só eu, já dizia ele. Mas eu sou só... eu e os meus pensamentos, sempre se transformando num vendaval.
E eu digo a mim mesma agora, calma, claraverbuck, é só um dia ruim, vai dizer que não agüenta um desses a essas alturas? Mas afinal, como pode ter sido tão ruim assim. Emendei a balada com o dia... churrasco, balneário, amigos de tanto tempo não juntávamos... dormi na relva... na selva e com as formigas...
yada, yada, yada.
amor, acabou o terere... o dia continua e hoje so é segunda feira...