Nao da pra saber quem sou, nem porque estou aqui ou tentar entender o que minhas palavras querem dizer, apenas escrevo na explosão dos meus sentimentos, no meu momento so meu de ser....
quarta-feira, outubro 11, 2006
VENDO-TE
Não quero que faça nada... fique em silêncio... apenas sinta-me
Vou fechar seus olhos, tirar sua roupa, deitar ao seu lago...
Fazerei uma massagem onde perocorro os teus ombros, a tua nuca, desço por tuas costas e delicio-me com cada centímetro teu
Quero deixar-lo excitado com a minha respiração na tua pele, com o toque do meu cabelo
Virarei você para mim e deixarei que me toques
Nessa altura já estou nua...
Mas você continuar vendado
Guiarei tuas mão sobre mim...
Fico louca de tesão!
Tira as vendas e colocas em mim....
Leva-me a janela e me possui, beijando-em a nuca.
Não sei se alguém vê, mas não interessa
O que importa é que ambos deitamos no chão recuperando de mais um brutal orgasmo
segunda-feira, outubro 09, 2006
Quero te oferecer meu corpo como um banquete...
Quando chegar a hora vou dar-te um banquete de sexo...
Não consigo evitar: Quero-te!
Você é comida e bebida para mim...
Deitar em cima de ti é uma coisa, mas aproximar me de ti é outra.
Cada dia que espero é uma tortura. Estou a sonhar lentamente, dolorosamente.
Mas um dia seras meu mais depressa que possa imaginar.
Posso sentir a tua boca macia fechando-se sobre mim...
Esse desejo criou uma ilha vulcânica onde me isolo a imaginar nossos corpos numa avalanche de vibrações. Sob a nossa pele delicada, escorre a lava vulcânica do desejo incandescente, que queima, e um grito agudo e ardente acaba com o silêncio e a respiração constante e reciproca perpetua, apenas um grito de prazer, animal.
" O meu livro e o meu diário tropeçam constantemente um no outro.
Não consigo nem divorciá-los nem reconciliá-los.
Sou uma traidora para ambos.
Sou mais leal ao meu diário, contudo.
Introduzo páginas do meu diário no livro mas jamais páginas do livro no diário,
revelando uma fidelidade humana à autenticidade humana do diário."
Diário de Anaïs Nin - ano de 1933
quinta-feira, outubro 05, 2006
Zero Grau de Libra (Caio Fernando Abreu)
Sobre todos aqueles que continuam tentando, Deus, derrama teu Sol mais luminoso.Caio Fernando Abreu
E porque tudo é ritual, porque fé, quando não se tem, se inventa, porque Libra é a regência máxima de Vênus, o afeto, porque Libra é o outro (quando se olha e se vê o outro, e de alguma forma tenta-se entrar em alguma espécie de harmonia com ele), e principalmente porque Deus, se é que existe, anda destraído demais, resolvi chamar a atenção dele para algumas coisas.
Não que isso possa acordá-lo de seu imenso sono divino, enfastiado de humanos, mas para exercitar o ritual e a fé - e para pedir, mesmo em vão, porque pedir não só é bom, mas às vezes é o que se pode fazer quando tudo vai mal.
Nesse zero grau de Libra, queria pedir a isso que chamamos de Deus um olho bom sobre o planeta terra, e especialmente sobre a cidade de São Paulo.
Um olho quente sobre aquele mendigo gelado que acabei de ver sob a marquise do cine Majestic; um olho generoso para a noiva radiosa mais acima.
Eu queria o olho bom de Deus derramado sobre as loiras oxigenadas, falsíssimas, o olho cúmplice de Deus sobre as jóias douradas, as cores vibrantes. O olho piedoso de Deus para esses casais que, aos fins de semana, comem pizza com fanta e guaraná pelos restaurantes, e mal se olham enquanto falam coisas como: "você acha que eu devia ter dado o telefone da Catarina à Eliete? – e outro grunhe em resposta.
Deus, põe teu olho amoroso sobre todos que já tiveram um amor, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem. Derrama teu olho amável sobre as criancinhas demônias criadas em edifícios, brincando aos berros em playgrounds de cimento.
Ilumina o cotidiano dos funcionários públicos ou daqueles que, como funcionários públicos, cruzam-se em corredores sem ao menos se verem – nesses lugares onde um outro ser humano vai-se tornando aos poucos tão humano quanto uma mesa.
Passeia teu olhar fatigado pela cidade suja, Deus, e pousa devagar tua mão na cabeça daquele que, na noite, liga para o CVV. Olha bem o rapaz que, absolutamente só, dez vezes repete Moon Over Bourbon Street, na voz de Sting, e chora. Coloca um spot bem brilhante no caminho das garotas performáticas que para pagar o aluguel dão duro como garçonetes pelos bares.
Olha também pela multidão sob a marquise do Mappin, enquanto cai a chuva de granizo, pelo motorista de taxi que confessa não Ter mais esperança alguma. Cuida do pintor que queria pintar, mas gasta seu talento pelas redações, pelas agências publicitárias, e joga tua luz no caminho dos escritores que precisam vender barato seu texto- olha por todos aqueles que queria ser outra coisa qualquer a que não a que são, e viver outra vida se não a que vivem.
Não esquece do rapaz viajando de ônibus com seus teclados para fazer show na Capital, deita teu perdão sobre os grupos de terapia e suas elaborações da vida, sobre as moças desempregadas em seus pequenos apartamentos na Bela Vista, sobre os homossexuais tontos de amor não dado, sobre as prostitutas seminuas, sobre os travestis da República do Líbano, sobre os porteiros de prédios comendo sua comida fria nas ruas dos Jardins. Sobre o descaramento, a sede e a humildade, sobre todos que de alguma forma não deram certo (porque, nesse esquema, é sujo dar certo), sobre todos que continuam tentando por razão nenhuma – sobre esse que sobrevivem a cada dia ao naufrágio de uma por uma das ilusões.
Sobre as antas poderosas, ávidas de matar o sonho alheio - Não. Derrama sobre elas teu olhar mais impiedoso, Deus, e afia tua espada. Que no zero grau de Libra, a balança pese exata na medida do aço frio da espada da justiça. Mas para nós, que nos esforçamos tanto e sangramos todo dia sem desistir, envia teu Sol mais luminoso, esse zero grau de Libra.
Sorri, abençoa nossa amorosa miséria atarantada.
Caio Fernando Abreu, n'O Estado de S. Paulo, 24/09/86.
QUEM SABE UM DIA...
"Vou deixar-te levar-me até à fecundidade da destruição.Por isso me atribuo um corpo, um rosto e uma voz. Eu sou-te como tu me és. Cala o fluxo sensacional do teu corpo e encontrarás em mim, intactos, os teus medos e as tuas penas. Descobrirás o amor separado das paixões e eu descobrirei as paixões privadas de amor. Sai do papel que te atribuis e descansa no centro dos teus verdadeiros desejos. Por um momento deixa as tuas explosões de violência. Renuncia à tensão furiosa e indomável. Eu passarei a assumi-las."
in A Casa Do Incesto - Anaïs Nin (Pag. 23)
quarta-feira, outubro 04, 2006
AS PESSOAS
"As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu."
Jack Kerouac
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