sexta-feira, junho 11, 2010

CORAÇÃO FERIDO



"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia. Me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça creditar em tudo outra vez." Caio Fernando Abreu




E se perguntassem o que vem a ser o certo, EU olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa e tem sede de entender as coisas que acontecem ao meu redor.

Eu talvez não saiba amar.

Então mais um amor vai se indo, mais um amor pode chegar ao fim.

Nessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecer sempre me crescem espinhos. Espinhos para machucar aqueles que me machucavam, assim não me tocam mais. Sem tocar porque o medo da mágoa não deixava, ou então ha medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse.

Que triste então estou sendo, mas pareco acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado.

Quando eu me encontro me vejo inteira. Mas meus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era de novo doído, choroso, arrastado.

Este e o ponto final! Minha última lágrima de dor! Eu ja havia decretado, num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado.

Nao queria dizer nada, mas me escapou:


Meu coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca, que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua, concertar meus erros,viver novos momentos e você não. Você, meu homem, tinha que cuidar. E nessa de cuidar, tenho que cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado.

Sejamos felizes...

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito linda sua postagem, amei o texto!