
Irônico pensar no tempo. O presente é tão presente, é o tempo realmente verdadeiro. O restante é falso. Todo resto é falso. E como esse tempo nos faz parecer odiotas.
Engraçado pensar no tempo. Engraçado pensar como a vida coloca em nossos caminhos pessoas que, mesmo tão pequenas, conseguem fazer girar um turbilhão. Como a vida nos coloca em situações para nos provar como somos fracos. Como a vida nos coloca em cenas para que vejamos até onde as veias aguentam...antes de estourarem. De raiva, de dor, de tentativas desesperadas de sentir indiferença...
E tempo depois, tudo dói. O corpo dói porque você não permitiu descansá-lo. O peito dói de saudades de segundos que já se foram. A alma dói porque lembra, relembra, lembra e imagens que poderiam não ter existido.
Chego à conclusão de que tudo que senti não passou de gritos velados pelo orgulho
Minha amiga me deu uma idéia ontem. Como nada se cria, tudo se copia, vou fazê-la minha também. A idéia é extraída de um texto escrito por uma jornalista da TPM. E é um dos mais certos que li na minha vida.
Odeio
Odeio minha mania de difinir. Definir tudo é coisa de quem não sabe viver. E odeio quando alguém me diz que não sei viver.
Odeio quem só sabe falar sobre seus problemas. Odeio monólogos.
Odeio quem dança do meu lado ouvindo a música do meu diskman. A música é minha e eu estou escutando. Se quisesse que outras pessoas escutassem, andaria com um rádio.
Odeio falar que adoro alguém e não receber o mesmo adoro em troca. Odeio me sentir insegura.
Odeio ter que dizer oi pra quem não vou com a cara.
Odeio quando alguém me interrompe e começa a falar sobre outra coisa. E atende telefone. E vem com aquela “deixa eu falar isso antes que eu esqueça”. Porra.
Odeio mentir e odeio quem me faz mentir. Odeio ter que mentir pra minha mãe sobre tudo que acontece na minha vida e olhar para a cara de quem está se enganando.
Odeio guardar segredo. Qual é a graça de fazer merda se ninguém souber?
Odeio quem olha pra minha roupa antes de olhar para os meus olhos. Vai se fuder. O que eu uso ou deixo de usar não te diz respeito.
Odeio quem briga, xinga, ignora e depois acha que está tudo bem. Odeio quem me faz de trouxa e depois quer ser amigo.
Odeio quando alguém diz que sou meiga. Eu não sou meiga.
Odeio quem acha que não tem medo de nada. Odeio quem acha que sabe de tudo. E odeio quem acredita que é melhor.
Odeio frescura. Odeio quem não senta no chão, não deita na grama, não toma chuva.
Odeio opiniões alheias quando eu não as solicito. Meu amigo, eu não quero saber se meu cabelo ficou melhor ou pior, se eu estou estranha, se você curte ou não curte a música que eu ouço.
Odeio quem acha que minhas fases são fases. Odeio quem fica comparando.
Odeio quem acha que é intelectual. Odeio quem acha que é intelectual porque é jornalista. Odeio jornalistas.
Odeio olhar e ser ignorada. Quem você pensa que é?
Odeio esperar repostas, telefonemas, cartas, abraços.
Odeio quem não é espontâneo. E odeio pessoas seguras demais. E pessoas que acham que não tem problemas. E pessoas que estão sempre alegres.
Odeio compreensão demais e compreensão de menos.
Odeio quem não se joga. Odeio quem não diz o que sente.
Odeio ter que abaixar a música. Odeio pessoas que gostam de música baixa.
Odeio quem odeia demais. Mas odeio ainda mais, quem acha que não pode odiar.
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