
Foto by Lara Jade
Há dias que desejo desaparecer para onde ninguém me conheça.
Estou farta de tudo, das pessoas e do lugar.... Mas, também há outros dias em que sou feliz! Desiludo-me com as pessoas pois pensei que fossem mais sinceras ou um pouco sinceras mas não... e sofro por isso!
Desilusão, como explicar esse sentimento, ou seria um um fenômeno exclusivamente humano? DESILUSAO - Ato de desiludir-se, desenganar-se, o que pressupõe que nos enganamos sobre algo ou alguém, que em um momento qualquer, acreditamos.
Um professor de psicologia um dia definiu que, por mais doloroso que possa ser vivenciar a desilusão, o processo anterior de nos iludirmos é parte da construção de nossa capacidade de suportar perdas, e de criar mecanismos que nos sustentem para enfrentá-la. Será?? Ainda diz que desde bebês somos iludidos e desiludidos. Quando adultos e nos apaixonamos por alguém, um manancial de ilusões, esperanças e expectativas tomam conta de nossa vida. Tantas vezes, desiludidos, nos sentimos como bebês a procura do ursinho que vai nos consolar, acolher nossas lágrimas, acalmar nossa magoada e sufocada respiração.
Esta confiança básica forte que procuramos é formada ainda quando estamos no amamentamento. Puxa, já nasci iludido!!! Essa força nos faz permitir arriscarmos, ousarmos, irmos além da mesmice dos medíocres aos quais falta coragem para agir com audácia, que temem e fogem do amar pelo simples fato de não sobreviver a uma possível desilusão.
Talvez seja ai que eu me ache porque não tenho medo de invadir o mundo e a vida de ninguém pela ilusão de viver algo inesperado.
Essa coragem que tenho é de um amar amplo...amigos, colegas, família, pessoas importantes que nos marcaram, e no trajeto de nossa história abandonamos ou fomos abandonados...porque nos desiludimos...porque mudaram mais do que somos capazes de suportar com nosso egoísta desejo, de que todos permaneçam do jeito que nos faz bem, que nos sentimos mais fortes.
Vamos pela vida intercalando épocas de entusiasmo com épocas de desilusão. De vez em quando andamos inchados como velas e caminhamos velozes pelo mar do mundo; noutras ocasiões - mais frequentes do que as outras - estamos murchos como folhas que o tempo engelhou.
Temos períodos dourados, em que caminhamos sobre nuvens e tudo nos parece maravilhoso, e outros - tão cinzentos! - em que talvez nos apetecesse adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser belo.
A vida é que é, e não pode ser mais do que isso.
Aquilo que procuramos - faz parte da nossa estrutura, não o podemos evitar - é perfeito e não tem fim. E não nos contentamos com menos de que isso. É por essa razão que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos à procura...
De resto, se todos ambicionamos um bem perfeito e eterno, ele deve existir. Só pode acontecer que exista. E como teimosa que sou insisto em procurar, mesmo iludindo e me desiludindo por essa vida.
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